TRAVESSIAS : revista só

* arquivo do autor *

escritos teóricos – literatura – poemas – ensaios fotográficos

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O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia”

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A práxis de Caio Prado e Mariátegui

 

Erroneamente, Marx foi e ainda é acusado de eurocentrismo. Ao contrário, estudos recentes da sua obra vêm demonstrando que ele jamais pretendeu aplicar os moldes do capitalismo europeu ao restante do planeta, algo que seria, aliás, completamente impossível.

Isso, porém, já era sabido por dois dos maiores intérpretes da história latino-americana, Mariátegui e Caio Prado Jr.. Conhecedores das peculiaridades dos seus respectivos países, eles recusaram explicações “etapistas”, preferindo entender a articulação do Peru e do Brasil na universalidade histórica do capitalismo mundial. E, com isso, inovaram não só no conteúdo, mas também na forma, no método do marxismo de sua época.

São esses aspectos cruciais que o presente livro é muito feliz em destacar. A escolha dos dois autores não é casual e, sim, fruto da intenção clara e profícua de esclarecer, pela comparação, as possibilidades imaginativas e analíticas que o caso latino-americano permite àqueles que ousam não repetir fórmulas. Caio Prado Jr. e Mariátegui praticaram um marxismo intelectualmente aberto a todas as teorias que proporcionassem uma compreensão de fato dialética, não mecanicista, dos processos sociais.

Mas o essencial do pensamento dos dois autores, e esse é o eixo do livro que o leitor tem nas mãos, é que conhecer a realidade implica nela intervir em uma transformação radical. Aqui, a teoria dissidente está ligada de modo inseparável à prática revolucionária. É isso que faz o tema deste livro de Yuri Martins Fontes ser mais do que nunca atual.

Jorge Grespan
Marx na América: a práxis de Caio Prado e Mariátegui (Yuri Martins-Fontes, Alameda Edit./Fapesp, 2018, 378 páginas)

“Erroneamente, Marx foi e ainda é acusado de eurocentrismo. Ao contrário, estudos recentes da sua obra vêm demonstrando que ele jamais pretendeu aplicar os moldes do capitalismo europeu ao restante do planeta, algo que seria, aliás, completamente impossível. Isso, porém, já era sabido por dois dos maiores intérpretes da história latino-americana, Mariátegui e Caio Prado Jr.. Conhecedores das peculiaridades dos seus respectivos países, eles recusaram explicações “etapistas”, preferindo entender a articulação do Peru e do Brasil na universalidade histórica do capitalismo mundial (…)”

Jorge Grespan [historiador e professor da USP]

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Cantos dos Infernos [poesia] (Yuri Martins-Fontes, Editora Patuá, 2021; 140 páginas)

Cantos dos Infernos é um sarau antológico que reúne duas décadas de poemas germinados.

Divididos em duas partes, proximidade e distância, o livro caminha através da poesia e das épocas – ou das “estações da gente”, como diz o poeta.

Percorre o amor e a guerra, a política e o satírico, a existência e o mundano, passeia pelo haicai, a trova e o soneto, a forma e a desforma, a tradição e o arcaico moderno”/ Editora Patuá

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“Disse certa vez Bandeira haver poetas que fazem da poesia a arte da inversão. Outro alguém afirmou que a poesia, como conteúdo, tem dois possíveis métodos: conhecer o mundo, através do sonho; ou conhecer o sonho, através do mundo.

Yuri, sem dúvida, pertence a esta última metodologia. Segue as pistas que lhe dão o real, para situar, com versos curtos em que é perito, o estado sonâmbulo da alma. Quanto à observação de Bandeira, diria ele certamente de Yuri que, por detrás da liberação cuidadosa de seus versos, se esconde o efetivo lugar – o mundo – em que quer realizar os seus mais ocultos sonhos.

Tem-se assim um poeta que, como bom poeta, sabe disfarçar o que faz. Abraça-se ele com a realidade que impede a realização de seus sonhos”…

Wilson do Nascimento Barbosa [poeta, historiador e professor da USP]

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Caio Prado: Historia y Filosofía (org. Yuri Martins-Fontes, Último Recurso-Argentina/ Núcleo Práxis-USP, 2020; 336 páginas)

“A obra do pensador brasileiro chega ao público hispânico em cuidadosa tradução. O livro foi lançado em Rosário pela editora Último Recurso, em parceria com o Núcleo Práxis-USP. Composta por uma seleção de obras fundamentais do autor marxista, a maior parte jamais traduzida ao espanhol, a edição reúne textos de seus principais livros, como “História econômica do Brasil”, “Formação do Brasil Contemporâneo”, “O mundo do socialismo” e “A revolução brasileira”. Fruto de um trabalho coletivo minucioso, a tradução foi coordenada pelo filósofo Yuri Martins-Fontes, e realizada por cerca de 20 pesquisadores – historiadores, cientistas sociais, linguistas, economistas e até psicólogos. O livro é dividido em duas partes: “Escritos político-historiográficos” e “Escritos filosóficos y manuscritos inéditos”, e traz prefácio do professor da USP Lincoln Secco. Por seu caráter educativo e acadêmico, a publicação obteve subsídio, e a editora argentina enviou a São Paulo algumas dezenas de exemplares, volumes agora destinados gratuitamente pelo Núcleo Práxis a pesquisadores que estudem Caio Prado e manifestem interesse. Confira detalhes na página do Núcleo Práxis-USP. Interessados devem entrar em contato: nucleopraxis.usp.br@gmail.com

[Paulo Iannone/ Joana Coutinho]

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Contato [ficção] (Antologia ‘Livro de Graça na Praça’, Inst. Fernando Sabino/ Academia Mineira de Letras, 2021; 160 páginas)

Coletânea de ficção científica [contos/poemas], organizada pelo prof. José Mauro da Costa, com escritos de Claudinei  Vieira, Marina Ruivo, Yuri Martins-Fontes e outros.

Inclui o conto “Amigo Urubu” (Yuri Martins-Fontes), finalista do concurso LGP/Academia Mineira de Letras de 2020.

Prefácio: Eugênio Ferraz/ Aos leitores: José Mauro da Costa/ Autores e seus textos, pela ordem: Rogério Faria Tavares – Meu aniversário de 500 anos/ Edésio  Batista –  Foguete Santos Dumont/ Claudinei  Vieira – Sem apelação/ Christian Coelho – Terra/ Fabiano Salim – O cosmogenista/ Fernando Fabbrini – E a nave foi/ Marina Ruivo – Entrar no modo felicidade/ Leida Lusmar – O fotógrafo/ João Camilo Torres – A breve e singular vida da borboleta/ Geraldo Amâncio Pereira – Viajante do arco-íris/ Yuri  Martins – Amigo urubu/ Bruno Terra Dias – Formas poeirentas e infinitesimais inflados/ José Flávio Vieira – O sexto selo/ Cícero Christófaro – Alea jacta est/ Anilda Figueiredo – Estrela cadente/ João Nicodemos  – Libélulas/ Claude Bloc – Um pouso de graça na praça/ Josenir Lacerda – Mistério na Chapada/ Olavo  Romano – Peripécias no Cipó.

[Entre em contato para obter o livro]

História e Lutas Sociais: a classe que trabalha em movimento (orgs. Yuri Martins-Fontes, e P. Mechi, EDUC, 2019; 105 páginas)

“A partir de fins da década de 1960, os enormes lucros que aqueceram o capitalismo por duas décadas – advindos da destruição promovida pela Segunda Guerra Mundial – começam a esmorecer, e se mostra cada vez mais nítida a “queda tendencial da taxa de lucro”, prenunciada por Marx. Como consequências deste cenário de crise econômica, por um lado, no centro do capitalismo, tem-se a paulatina supressão do principal argumento da pseudoética burguesa: já não há espaço para o tão louvado “Estado do bem-estar social”. (…)Durante todo esse período, há uma
escalada de conflitos sociais: lutas de classe que ora adquirem novos formatos – atualizados de acordo com as novas condições históricas vigentes. Os novos sujeitos sociais que emergem e ganham protagonismo nesse cenário contemporâneo devastador são aqueles que viriam a ser chamados de novos movimentos sociais – conceito com que se busca diferenciá-los dos movimentos sociais clássicos, de organização maiormente operária”

[Yuri Martins-Fontes/ Patrícia Mechi]

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El pensamiento de Mariátegui en la escena contemporánea: siglo XXI (Universidad Nacional de Moquegua, 2022; 724 páginas/ edição digital)

El libro contiene las 37 ponencias del Simposio Internacional organizado y convocado por la Cátedra Mariátegui. Participan, entre otros: Javier Eduardo Hernández Soto, María Fernanda Vassallo, Pablo Guadarrama González, Miguel Mazzeo, Danilla Aguiar, César Germaná, Yuri Martins-Fontes/ Sara Beatriz Guardia (org.)

*Entre em contato para informações do livro, ou visite o Portal Cátedra Mariátegui

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ANTROPOGRAFIA : FOTOGRAFIA-MÚNDI

A Expedição Antropografia é um projeto continuado de imersão na diversidade cultural, na experiência de raiz; base para narrativas literárias, trabalho fotocronístico e ensaios teóricos.

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Poça das monções / estação das chuvas em Mumbai – Índia (2007) – OBRA INTEGRANTE DO ACERVO DO MUSEU DE ARTE DO PARLAMENTO DE S. PAULO

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*ACAMPAMENTO DAS FARCEXÉRCITO DO POVO (GUERRILHA MARXISTA) – NO TERRITÓRIO DE PAZ DE LOS POZOS (ALTA AMAZÔNIA)/ SAN VICENTE DE CAGUÁN – COLÔMBIA (2001):
(ACIMA) “GUERRILHEIROS ESTUDAM” / (ABAIXO) “GUERRILHEIRA LAVA ROUPA”

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Yuri Martins Fontes / Iêmem - 2007 / Ta'izz (Tahizz): Pássaro ao sol no Porto de Muk'ha / Estreito entre o Mar Vermelho e o Golfo de Áden
“PÁSSARO AO SOL” – TRAVESSIA DO MAR VERMELHO/ VISTA AO FUNDO DA COSTA DA CIDADE PORTUÁRIA DE MUK-HA – IÊMEM (2007)
TREM DESCARRILADO ATRAI MENINOS DO POVOADO/ REGIÃO DE AWASH (LESTE DO PAÍS) – ETIÓPIA (2007)